NADA

NADA SOU,nada posso, nada sigo.Trago, por ilusão, meu ser comigo.não compreendo comprender, nem seise hei-de ser, sendo nada o que serei.FERNANDO PESSOA

SIM

Sim, sei bemQue nunca serei alguém.Sei de sobraQue nunca terei uma obra.Sei, enfim,Que nunca saberei de mim.Sim, mas agora,Enquanto dura esta hora,Este luar, estes ramos,Esta paz em que estamos,Deixem-me crerO que nunca poderei ser.Ricardo Reis, um dos heterônimos deFernando Pessoa(1888-1935)

Prefere a solidão à ilusão, pois a ilusão é o caminho para a desilusão sempre acompanhada de sofrimento

parque da Cabreia, dezembro de 2009

ponte medieval, Lamas do Vouga, sobre o rio Marnel